Aleitamento Materno: 10 mitos e fatos da amamentação

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Esclareça alguns mitos e verdades sobre o Aleitamento Materno

Durante Semana Mundial do Aleitamento Materno, especialista esclarece dúvidas mais 

comuns das mulheres, como produção do leite e o período mais adequado para uma nova 

gravidez Amamentar é um ato de amor, favorece o vínculo com seu bebê, facilita o 

desenvolvimento emocional, cognitivo e do sistema nervoso. 

Os benefícios do aleitamento materno são inúmeros, mas, este também, é um desafio e 

tanto nas primeiras semanas. Algumas mulheres têm dificuldade para acertar a posição 

correta da mamada, outras com relação à “pega” do bebê e há aquelas que podem sentir 

um desconforto. Enfim, essa fase traz uma série de questionamentos, inseguranças que 

são, muitas vezes, rodeados também de muitos mitos que passam de geração para 

geração. Em agosto, mês da Semana Mundial do Aleitamento Materno, esses temas ficam 

ainda mais em evidência. Para ajudar a mulher e família a conquistar a confiança 

necessária para o sucesso na amamentação, o Dr. Achilles Cruz, especialista em 

ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, 

esclarece algumas dúvidas mais frequentes.

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Aleitamento Materno: 10 mitos e fatos da amamentação

1- Amamentar dói.

Nem mito, nem fato. Vai depender de uma série de fatores como sensibilidade da mãe, 

se o bebê suga o peito da forma correta, estado emocional da mulher, entre outros. 

Normalmente, a mulher não sente nenhuma dor. É importante observar se o bebê 

abocanha a aréola e não somente o mamilo (bico). É nessa região que ficam os bolsões 

de leite. Dessa forma, evita-se as rachaduras que provocam dor durante as mamadas.

2- Seio pequeno não produz leite.

Mito. O tamanho do seio não tem influência nenhuma no sucesso da amamentação! O 

que faz a diferença no tamanho dos seios não é a quantidade de glândulas, mas a 

quantidade de gordura de cada mama. As células produtoras (glândulas mamárias) e os 

ductos de leite são os mesmos em todas as mulheres, até mesmo naquelas que fizeram 

cirurgia plástica para colocar prótese de silicone. Só no caso de cirurgias redutoras é que 

este número pode ser reduzido. É mito associar tamanho de seio com fartura de leite. O 

processo de produção do leite começa durante a gravidez quando o tecido glandular já 

começa a ser preparado. Por isso, os seios vão ficando maiores principalmente no final 

da gestação. Após o parto, a resposta hormonal estimula as glândulas mamárias a 

produzir o leite e a conduzi-lo por meio dos seios até o bico para que o bebê possa 

mamar. A produção aumenta gradativamente. Assim, a quantidade de leite que seu filho 

vai receber depende das suas próprias necessidades, e de quanto a mama seja 

estimulada adequadamente. Quanto mais ele sugar, mais leite será produzido.


3- Amamentar é um ótimo anticoncepcional.

Mito. Algumas mulheres podem voltar a ovular mesmo no período da amamentação 

quando o ciclo menstrual está bloqueado devido à supressão dos hormônios. E para que 

funcione é necessário que a amamentação seja exclusiva com as mamadas muito 

frequentes, com curtos intervalos entre uma e outra. Como esta rotina não é para todas, 

o ideal é que ela já comece a adotar algum tipo de método contraceptivo a partir da 

sexta semana após o parto. Logo no primeiro retorno ao ginecologista, o ideal é que a 

mãe converse sobre o método mais adequado para evitar uma nova gravidez em pouco 

tempo. Ele irá orientá-la sobre o uso de camisinha, DIU, implantes ou até mesmo as 

pílulas de progestagênio, que são as mais indicadas para esse período.

4- A mulher que está amamentando pode tomar qualquer tipo de pílula.
Mito. Existe uma pílula anticoncepcional desenvolvida especialmente para as mamães 

que estão amamentando. São compostas de progestagênio, hormônio que inibe a 

ovulação. Conhecidas como minipílulas, elas podem ser tomadas a partir da sexta 

semana depois do parto. Como são livres de estrogênio, não inibem a produção de leite 

materno nem tampouco interferem na sua qualidade e volume. Outro benefício é que 

seu princípio ativo não passa para o leite, não alterando seu gosto ou qualidade. E, 

então, a mulher terá segurança dupla. Primeiro quanto ao seu filho e depois com uma 

nova gestação durante essa fase. Segundo o médico, as mulheres que estão 

amamentando não podem usar as pílulas comuns, chamadas hormonais combinadas, 

porque podem diminuir a quantidade do leite além de transferir o hormônio feminino 

para ele e, consequentemente, para a criança.

5- Engravidar enquanto está amamentando é benéfico.
Mito. Não existe um intervalo estabelecido entre uma gravidez e outra, porém, é 

aconselhável que a mulher não engravide enquanto estiver amamentando, porque a 

sobrecarga da amamentação somada a uma nova gestação pode comprometer a saúde da 

mãe, caso ela não tenha uma condição nutricional adequada.

6- A alimentação da mãe influencia o leite.

Fato. Tudo o que a mãe come acaba passando para o leite materno. Por isso, é 

importante que a mulher faça uma dieta saudável e beba bastante líquido nesse 

período. O consumo de bebidas alcoólicas ou cigarros é contraindicado. Medicamentos, 

por exemplo, só devem ser tomados com orientação médica.

7- O leite materno pode ser fraco.

Mito. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, muitas mulheres têm essa 

percepção porque comparam seu leite ao da vaca que é mais denso e consistente, tem 

moléculas maiores e sua digestão é bem mais lenta. O leite materno tem 97% de água e, 

por isso, é facilmente digerido e logo o bebê sente fome novamente. Além disso, o leite 

humano é composto por células vivas que transferem para o bebê a imunidade materna 

aos agentes infecciosos. Os glóbulos brancos presentes nele levam os anticorpos da mãe 

para o filho. O que poucas mulheres sabem é que quando o bebê começa a sugar, o leite 

materno tem maior concentração de água mesmo, é normal, é chamado de “anterior”. 

Nessa fase, ele contém ainda vitaminas, minerais e anticorpos. Após um tempinho de 

mamada, começa a descer o leite que chamamos de “posterior”, que é mais rico em 

gordura, que fornece mais energia e permite que o bebê fique satisfeito e ganhe peso. 

Por isso, a recomendação é que a mãe ofereça um seio por mamada, ou seja, que a 

mamada não seja interrompida até que o bebê consiga ingerir bastante quantidade do 

leite posterior, que tem mais gordura. Somente depois de esvaziar uma mama, se 

necessário, o outro seio deve ser oferecido, o que normalmente com bebês maiores, que 

já mamam muito. Desse jeito você garante que o bebê retire do peito o leite anterior, 

rico em água, e o posterior, rico em gordura.

8- Na volta ao trabalho, o leite seca.

Nem mito, nem fato. Caso a mulher consiga fazer a ordenha no trabalho e guardar na 

geladeira, ou ainda sair para amamentar o bebê durante o expediente, a produção de 

leite vai se manter inalterada. Muitas empresas possuem um espaço privativo para 

realizar a ordenha e uma geladeira para armazenar o leite. E, quando estiver com o 

filho em casa, antes ou depois do trabalho, deve oferecer o leite em livre demanda, ou 

seja, por quanto tempo o bebê quiser. As mamadas noturnas podem ser cansativas, mas 

são fundamentais para manter uma boa produção de leite materno, pois é a hora de 

maior liberação da prolactina, hormônio que controla a produção do leite humano.


9- Prótese de silicone atrapalha a amamentação.

Mito. Com as técnicas atuais de colocação de próteses mamárias, geralmente não, mas 

dependendo da técnica pode atrapalhar a amamentação por interferir na quantidade e 

na saída/retirada do leite, mas não na qualidade dele.


10- Estresse e nervosismo atrapalham a produção de leite.

Fato. Quando a mulher está muito cansada ou ansiosa, a produção do hormônio 

ocitocina, que é o responsável pela vasão do leite, é reduzida. O que pode prejudicar a 

descida do leite, e em casos graves até secar o leite!

1 a 7 de agosto Semana Mundial de Aleitamento Materno



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